Agir Comportamento

O DUMBO QUE EXISTE EM NÓS!

 “Amar o próximo como amamos a nós mesmo significaria então respeitar a singularidade de cada um –o valor de nossas diferenças, que enriquecem o mundo que habitamos em conjunto e assim o tornam um lugar mais fascinante e agradável, aumentando a cornucópia de suas promessas.” ( Zygmund Bauman)

Sou fã de cinema!

Recentemente fui assistir Dumbo de Tim Burton. Tinha lembranças do desenho do Walt Disney de 1941 (ainda não era nascida nem estava em projeto). Lembro de ter visto quando pequena e ficado com a impressão de tristeza.

O Dumbo de agora, é um filme bem feito, onde o diferente aparece em vários personagens além do elefantinho voador: Tim Burton é mestre em misturar situações e pessoas esquisitas.

Começa com 2 crianças que perdem a mãe para uma doença, e o pai voltando da 1ª guerra, onde perdeu 1 braço. Moram todos no circo, onde uma elefanta gravida, da luz a um bebe elefante com orelhas enormes e olhos azuis!

O filme, é pautado em ingenuidade de uns, incompreensões e mal-entendido de outros. E óbvio, tem também o mal caráter!

Filme impecável em sua confecção belíssima, cores deslumbrantes e a mensagem sobre o diferente, o inédito!

Penso na vida e compreensão que cada um pode ter. Compreensão possível a cada momento, mas a questão das diferenças traz complicações e mal entendidos! O esforço que fazemos em ser compreendidos e aceitos, é constante. Começa ao nascer, que nem sempre o bebe corresponde as expectativas e sonhos da família que o recebe. A experiencia de estranhamento, mesmo que ligeira, pode marcar uma pessoa para o resto da sua vida. Que dirá então, quando este bebe, traz consigo alguma deficiência!

Hoje sei que todos somos deficientes em algum aspecto: seja na aprendizagem (sou péssima de matemática, por exemplo) e a todo momento precisamos lidar com algum tipo de limitação: seja de compreensão de algo, ou dificuldade concreta, física! Alcançar uma nota musical ao cantar, ou ainda entender coisas complexas.

Viver não é para principiantes, li há muito tempo e concordo! O fato de levarmos imperfeições ao longo da vida, nos leva a refletir e a tomar decisões.

Enquanto bebes, temos a capacidade inata de seduzir quem nos cuida. Geralmente os bebes são graciosos e fofinhos! Vamos crescendo, e percebendo que para sobreviver, é preciso desenvolver qualidades e precisamos do outro a todo tempo! Mesmo mais velhos, “sênior” como sou hoje, preciso e quero estar em grupo. E para isso é necessário compor e aceitar cada um com suas características. E saber também que tenho defeitos, mas também qualidades! E que não posso agradar a todos! Nem desagradar a todo mundo!

Dumbo me inspira e emociona, pois é o representante de um personagem que existe em cada um de nós: com esquesitices que precisam de aceitação e reconhecimento. A começar de nós mesmos, aceitando como podemos ser.

Se busco a aceitação fora de mim, nos outros, é complicado, pois se não me aceito, nem gosto de quem sou, como serei capaz de perceber que alguém pode gostar de mim? Afinal, se tenho uma deficiência primeira, que é a de me aceitar como sou, não terei a capacidade de me perceber querida. Afinal, se não gosto de mim, como alguém pode gostar? Fica difícil de acreditar.

Miriam

mhalperng@gmail.com

11 999898686

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Miriam Halpern

Miriam Halpern

Miriam Halpern, Psicóloga, mãe e avó. Hobby preferido, viajar e conhecer o modo de vida de outros países e culturas.
Fiz psicologia, já com os 3 filhos em casa. Fui mãe tempo integral durante 8 anos, ate que, estimulada por problemas domésticos (o filho do meio nasceu
deficiente auditivo), procurei me profissionalizar em escutar e ajudar famílias que passavam pelo mesmo que eu. Desde então não parei de estudar e trabalhar.
Após o curso de psicologia, fiz formação em Psicanálise na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, instituição ligada a International Psychoanalitical Association de Londres, da qual sou membro efetivo e
docente.
Não satisfeita, fiz mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento, na Universidade Mackenzie, pois queria me familiarizar com o Desenvolvimento Humano e nas relações inicias que nos constitui como humanos.
Hoje, mais tranquila, quero dividir minhas experiências, contar e ouvir.

4 comentários

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    • Que legal Ana!!! Meus textos chegando ao sul do Brasil!!!
      Agradeço seu comentario pertinente em tempos dificeis como agora, onde o eu não existe sem o outro e a linguagem da comunicação precisando sempre de aperfeiçoamento.
      Beijos saudosos
      Miriam

    • Jaques querido:
      Voce, mais que ninguem sabe o que é dar vida as palavras! E saber que fiz voce rir, é melhor ainda!!!!!!!!
      Agradeço seus comentarios e volte sempre!
      beijos
      Miriam

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