Agir Comportamento

Síndrome de Gabriela: Eu nasci assim, vou ser sempre assim. Será?

Sou a filha número 3, a caçulinha da família! Como tinha alguns anos de diferença de meus irmãos, espelhava-me neles, sempre atenta, aquilo que agradava meus pais. Buscava ser querida e conquistar um lugar expressivo dentro da minha família de origem! Mas não tinha jeito! Sempre fui a menorzinha, a café com leite.

Só que quando pequena, ainda não sabia, que cada um é diferente, com suas características de personalidade. Tentei ser boazinha e agradável, mas crescendo, percebi que estava apenas tentando imitar, tentando agradar, e não entendia por que nem sempre dava certo.

Hoje, já bem crescida, vivendo a situação planetária de cuidados e restrições, venho observando, cada vez com mais nitidez, como muitas vezes não nos damos conta, de que fazemos as coisas automaticamente. Por hábito, entendendo que assim é a forma conhecida e eficaz! E fácil. Será mesmo? Ou fazemos no automático, sem perceber bem o que se passa?

Em texto anterior, trouxe a aventura que é navegar para o mar interno e descobrir o que de fato somos. Descobrir o que agrada, e faz sentido. Nem sempre é agradável, mas é quem somos.

As vezes não me reconheço, e fico espantada quando me dou conta de quantas coisas faço, no piloto automático!

Desliga-lo (o piloto) para quê? Afinal tanta coisa já está acomodada assim… dá um trabalho…e cansa!

Alias, o que mais escuto nesta quarentena é o cansaço geral das pessoas!

Mudanças de padrões conhecidos é assim mesmo! Cansativo.

Ativar recursos que ate então não se fazia necessário, aceitar que a própria companhia é o melhor que temos. E buscar perceber os próprios talentos, preferencias e possibilidades.

Apesar de restritos, estamos em momento de reconhecimento e percepção. Não temos para onde escapar…nada de compras, passeios nem viagens. Qualquer plano tendo que ser adiado, e sem saber para quando.  Momento de adaptação a uma inédita condição, mas nossas preferencias e possibilidades estão aí para serem exploradas. E o corpo, como um sinalizador do nosso mundo mental.

Nosso Corpo, que pode nos ajudar a perceber muitas coisas.  O que nos causa desconforto, em geral, o corpo avisa. Um ligeiro mal estar, uma contratura muscular, alteração de temperatura… Um corpo rígido, tenso, provável é de pessoa emocionalmente rígida e tensa. O corpo, como um barômetro das nossas emoções.

Prestar atenção e sentir, perceber o que ocorre. Os sinais corporais podem ser um aliado precioso, que está sempre junto a nós. A Mente e o Corpo, trabalhando juntos. Integrados. Sinalizando o tempo todo. Basta parar e olhar. Estão sempre conversando, interagindo.

Fica aqui a sugestão de fechar os olhos para enxergar, e, examinar a oportunidade de um mergulho nas sensações. Atender as necessidades que muitas vezes descuidamos por não lhes dar atenção e assim estar mais conectados conosco, sempre que possível.

Substituir a pergunta “como deveria estar” por “como estou agora”. E assim, perceber a vida que existe em si mesmo! Sem me tornar aquilo que “acho que o outro espera de mim”!

Até a próxima publicação!

Miriam

mhalperng@gmail.com

11 999898686

Miriam Halpern

Miriam Halpern

Miriam Halpern, Psicóloga, mãe e avó. Hobby preferido, viajar e conhecer o modo de vida de outros países e culturas.
Fiz psicologia, já com os 3 filhos em casa. Fui mãe tempo integral durante 8 anos, ate que, estimulada por problemas domésticos (o filho do meio nasceu
deficiente auditivo), procurei me profissionalizar em escutar e ajudar famílias que passavam pelo mesmo que eu. Desde então não parei de estudar e trabalhar.
Após o curso de psicologia, fiz formação em Psicanálise na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, instituição ligada a International Psychoanalitical Association de Londres, da qual sou membro efetivo e
docente.
Não satisfeita, fiz mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento, na Universidade Mackenzie, pois queria me familiarizar com o Desenvolvimento Humano e nas relações inicias que nos constitui como humanos.
Hoje, mais tranquila, quero dividir minhas experiências, contar e ouvir.

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