Era uma vez, no reino da tecnologia… e assim se segue uma história que pode ser de terror ou com um lindo final feliz. Dependerá de nossas atitudes.
É preocupante pensar em nossos filhos crescendo nestes dias (e nos próximos) de tanto avanços tecnológicos. Quantos deles preferem sentar-se atrás de um celular, tela de notebook, tablets ao invés de sair e brincar?
Imaginemos uma situação onde todas as baterias desses dispositivos estivessem descarregadas… Seria para essas crianças como se o mundo tivesse parado, sem a menor criatividade para fazer outra coisa. E você sugerisse “vá desenhar ou colorir” e eles diriam “isso não é divertido”.
Porém, nós mesmos fomos sucumbidos pela tecnologia! Olhemos para nossas vidas diárias neste exato momento. Quando foi a última vez que você se sentou e escreveu uma carta, um texto? Já parou para pensar nisso?
Gosto muito de uma charge que vi faz algum tempo, onde o filho perguntava ao pai o que ele usava na época dele, se não tinha Internet, redes sociais, buscadores inteligentes, etc. Ao que o Pai responde: “O que eu usava em minha época? A cabeça!!!”
Vamos fazer um teste: pare e desligue o telefone. Agora pense e você notará que nem você sabe o número de sua melhor amiga ou até de sua esposa. Foi “apagado” em sua mente por falta de uso (treino).
Imagine que você ainda possua um jogo de tabuleiro (dama, xadrez, etc.), ou algumas brincadeiras em grupo (War, Scotland Yard, Wall-Street, Rummikub). Quando foi a última vez que você se sentou com seus filhos e brincou ativamente? E com seus amigos? Quando você os convidou para jogar algum destes jogos, conversando, comendo uns petiscos, bebendo alguma coisa agradável? Você já imaginou na alegria sua e de sua família, juntando os amigos e os filhos deles em uma competição “do bem” – Quem perder paga uma prenda?
Estamos inseridos “no futuro” e desejo que os pais conversem mais e dialoguem com seus filhos como se fossemos seu melhor amigo! E que a tecnologia não seja uma pedra no caminho na relação entre vocês e que a tecnologia possa ajudar e não a piorar as coisas e o relacionamento! Tire um tempo para encontrar um equilíbrio entre vocês! Encoraje-os para serem criativos, ajude-os a entender que “a vida é para ser vivida, apreciada”.
Seja você o exemplo! Seja saudável, saia de casa com eles, brinque em um parque, sente-se e desenhe, jogue com eles – participe da vida deles. Ajude-os a terem orgulho de vocês pais e deles mesmos! Transmita sua sabedoria. Ensina-lhes tudo o que você conhece. Dê-lhes inspiração. Ajude a mente deles a crescer.
Não estou aqui falando mal da tecnologia, até mesmo por que tecnologia é a minha área e valorizo muito, mas apenas para pensarmos em como encontrar um equilíbrio entre a tecnologia e a qualidade de vida de vocês pais e filhos (aliás existem vários programas que estimulam a criatividade. Falarei deles no próximo artigo).
A tecnologia é uma ótima coisa, mas as habilidades sociais também são. Uma pessoa jovem que não interage com pessoas reais, quando “sair para o mundo” poderá não se dar tão bem como desejamos a eles.
Os filhos jovens ainda estão formando a própria consciência para melhores escolhas e cabe a nós uma ajuda com as melhores referências. Esta responsabilidade é nossa. Precisamos ajudá-los a estar e se sentirem vivos e presentes nesta nova realidade de constante mudança.
Em resumo, passe mais tempo com eles, rindo e brincando. Ensine-os a sobreviver neste “novo mundo” que será cada vez mais competitivo.
O que me motivou a escrever este texto?
O estado da arte das novas tecnologias nos trouxe um mundo “preenchido”. Isto trouxe muitas vantagens para nossas vidas diárias, mas também nos fez preguiçosos e ao longo do caminho nós regredimos em nossas mentes, pois pensamos menos e ficamos imaginando que com um simples apertar de um botão nossos problemas estarão resolvidos. Ledo engano… provavelmente os problemas estejam apenas começando. O fato de deixarmos para “resolver depois” ou as “coisas se resolvem sozinhas” poderá representar o sucesso ou o fracasso de nossos filhos no futuro.
Nós precisamos achar um equilíbrio para viver uma vida feliz e saudável, manter a imaginação, criatividade, habilidades sociais, habilidades de comunicação e a capacidade de tomar decisões sólidas em nós e em nossos filhos. Estas coisas descritas no texto é que estão sendo perdidas neste mundo moderno!
Não podemos nos esquecer de nossa essência: Somos humanos, temos necessidades, emoções, sonhos e temos a obrigação de ensinar aos nossos filhos, mesmo dentro das modernidades tecnológicas, incluindo nelas os modos tradicionais e valores que eles precisam para viver uma vida feliz e bem-sucedida.
Os “brinquedos modernos” e a tecnologia são privilégios, não necessidades. Comunicação, amor, inspiração, imaginação, criatividade, entre outras habilidades, estão entre as poucas necessidades que precisamos em nossas vidas e na de nossos filhos.
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