Olhar verde

Casearia sylvestris Sw-Guaçatonga

Casearia sylvestris Sw é originária da América tropical com disseminação na América do Sul, cresce em bordas e interior de florestas, vegetações secundárias e diferentes ambientes.

O nome Casearia é em homenagem ao missionário holandês Casearius e sylvestris vem do latim sylvestris (floresta ou silvestre). Conhecida como guaçatonga, de origem indígena do tupi-guarani, o que demonstra um uso antigo desta espécie pelas comunidades nativas.

Muito interessante sob os aspectos ambientais e de saúde, nativa da Flora Brasileira, presente em vários Biomas, entre eles, da Mata Atlântica, da Amazônia e do Cerrado, está distribuída pela América Latina e usada pelas comunidades nativas para tratar diversas doenças. Cresce em quase todos os estados brasileiros, propaga-se por sementes, é designada para restauração de ambientes ripários, aguenta inundação e encharcamento, com grande adaptação ao meio.

Propaga-se por sementes que são disseminadas principalmente pelo sabiá. Suas floradas são visitadas por abelhas melíferas, além de alimentar pássaros e o macaco-bugio.

Contribui para programas de reflorestamento, restauração de ambientes por aguentar inundação e por possuir grande adaptação ao meio. Gera benefícios ambientais e contribui para uma cidade sustentável, promissora como opção agrícola, conservação, manejo sustentável e repovoamento de áreas degradadas.

Proporciona sombra e indicada para arborização de vias públicas e consta no Manual Técnico de Arborização Urbana da Prefeitura de São Paulo.

Na medicina popular as folhas da Casearia sylvestris são de longa data amplamente utilizadas na forma de “chás” como anti-inflamatória, antisséptica, antiúlcera gástrica, herpes labial, lesões de pele, contra mordedura de cobras, cicatrizante, antiulcerosa, para picadas de insetos, diurético, redução de peso, entre outros usos.

Nos programas tradicionais de escotismo, na ausência de pasta dental as folhas da C. sylvestris são sugeridas para a higiene bucal. Em muitos países da América do Sul a guaçatonga entra na composição de produtos dentários e antissépticos.

Linete Haraguchi

sigam-me instagram@lineteharaguchi

Farmacêutica/Biomédica , especialista em educação em saúde pública, homeopatia e fitoterapia clínica e mestre em ciências/saúde coletiva (UNIFESP). Coordenou o curso de plantas medicinais e de fitoterapia da UMAPAZ de 2009-2017.

.Aguardem o próximo Boletim – Guaçatonga II.

Até lá.

Referências

ALONSO, J. Tratado de fitofármacos y nutracéuticos. Rosario: Corpus Libros, 2004.

ATHIÊ, Samira; DIAS, Manoel Martins. Frugivoria e dispersão de sementes por aves em Casearia sylvestris Sw. (Salicaceae) na região centro-leste do Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Zoociências. 2011, 13 (1, 2, 3): 79-86.

BOU, D.D.; SANTOS, A.L.; FIGUEIREDO, C.R.; FARIAS, C.F.; MATSUO, A.L.; KITAMURA, R.O.S.; GIMENES, L.; LAGOA, J.H.G.; SARTORELLI, P. Dinor Casearin X, a New Cytotoxic Clerodane Diterpene from Casearia sylvestris. J. Braz. Chem. Soc., 2015, Vol. 26, No. 8, 1725-1729.

CARVALHO, Paulo Ernani Ramalho. Cafezeiro-do-Mato Casearia sylvestris. Circular Técnica 138 – EMBRAPA. Colombo, PR Novembro, 2007. p. 1-16.

DARABAS, A.M.; MOREIRA, J.; ROSSATO, A.E.; CITADINI-ZANETTE, V.; AMARAL, P.A. Casearia sylvestris SW. (Salicaceae) e Jacaranda Puberula cham. (Bignoniaceae): uso popular versus literatura científica. Visão Acadêmica, Curitiba, Jan. – Jun./2009, v.10, n.1.

KULCHETSCKI, L.; QUAQUARELLI, C.A., LIMA, P.R. A guaçatonga (Casearia sylvestris Sw.) e seu uso potencial como fitoterápico: um resultado prático de trabalho extensionista no distrito de Itaiacoca. Universidade Estadual de Ponta Grossa, Brasil. Janeiro-Dezembro de 2006. v. 2, n. 1, p.16-22.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa, SP: Plantarum, 1992.

LORENZI, H.; MATOS F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Plantarum, 2008. 544p.

MARQUETE, Ronaldo; VAZ, Angela Maria Studart da Fonseca. O gênero Casearia no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia. 2007, 58 (4): 705-738.

PANIZZA, S. Plantas que curam: cheiro de mato. 25. ed. São Paulo: Ibrasa, 1997.

PMSP. Prefeitura de São Paulo. Secretaria do Verde e Meio Ambiente. Manual técnico de arborização urbana. São Paulo, 3. ed. São Paulo: 2015. 122 p.

SCAVONE, O. GRECCHI, R.; PANIZZA, S.; SILVA, R.A.P.S. Guaçatonga (Casearia sylvestris Swartz): Aspectos botânicos da planta, ensaios fitoquímicos e propriedade cicatrizante da folha. An. Farm. Quím. S. Paulo 19: 73-82, 1979.

SILVA, Rodrigo Adalberto da. Casearia sylvestris Sw: uma planta brasileira de interesse do SUS. 2016. 161 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) – Instituto de Tecnologia em Fármacos/Farmanguinhos, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2016.

SPANDRE, Paola. Produção de óleo essencial e propagação vegetativa de Casearia sylvestris Swartz. Tese de Doutorado em Agronomia, Universidade Federal do Paraná. 2010..

SPANDRE, Paola. et al. Estaquia caulinar de guaçatonga (Casearia sylvestris Swartz) nas quatro estações do ano, com aplicação de diferentes concentrações de AIB. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, 2012, v.14, n.3, p.529-536.

TAVARES, W.L.F.; APOLÔNIO, A.C.M.; GOMES, R.T.; TEIXEIRA, K.I.R.; BRANDÃO, M.G.L.; SANTOS, V.R. Assessment of the antimicrobial activity of Casearia sylvestris extract against oral pathogenic microorganisms. Rev. Ciênc. Farm. Básica Apl., 2008, v. 29, n.3, p. 257-260.

TOMAZI, L.B.; AGUIAR, P.A.; CITADINI-ZANETTE, V.; ROSSATO, A.E. Estudo etnobotânico das árvores medicinais do Parque Ecológico Municipal José Milanese, Criciúma, Santa Catarina, Brasil. Rev. Bras. Pl. Med. v.16, n.2,p.450-461, 2014.

VENDRUSCOLO, G. S.; MENTZ, L. A. Levantamento etnobotânico das plantas utilizadas como medicinais por moradores do bairro Ponta Grossa, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil*. IHERINGIA, Sér. Bot., Porto Alegre, v. 61, n. 1-2, p. 83-103, jan./dez. 2006.

organik

Comentar

Clique aqui para fazer um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Últimos artigos

Assine nossa Newsletter





Advertisement