Sou a filha número 3, a caçulinha da família! Como tinha alguns anos de diferença de meus irmãos, espelhava-me neles, sempre atenta, aquilo que agradava meus pais. Buscava ser querida e conquistar um lugar expressivo dentro da minha família de origem! Mas não tinha jeito! Sempre fui a menorzinha, a café com leite.
Só que quando pequena, ainda não sabia, que cada um é diferente, com suas características de personalidade. Tentei ser boazinha e agradável, mas crescendo, percebi que estava apenas tentando imitar, tentando agradar, e não entendia por que nem sempre dava certo.
Hoje, já bem crescida, vivendo a situação planetária de cuidados e restrições, venho observando, cada vez com mais nitidez, como muitas vezes não nos damos conta, de que fazemos as coisas automaticamente. Por hábito, entendendo que assim é a forma conhecida e eficaz! E fácil. Será mesmo? Ou fazemos no automático, sem perceber bem o que se passa?
Em texto anterior, trouxe a aventura que é navegar para o mar interno e descobrir o que de fato somos. Descobrir o que agrada, e faz sentido. Nem sempre é agradável, mas é quem somos.
As vezes não me reconheço, e fico espantada quando me dou conta de quantas coisas faço, no piloto automático!
Desliga-lo (o piloto) para quê? Afinal tanta coisa já está acomodada assim… dá um trabalho…e cansa!
Alias, o que mais escuto nesta quarentena é o cansaço geral das pessoas!
Mudanças de padrões conhecidos é assim mesmo! Cansativo.
Ativar recursos que ate então não se fazia necessário, aceitar que a própria companhia é o melhor que temos. E buscar perceber os próprios talentos, preferencias e possibilidades.
Apesar de restritos, estamos em momento de reconhecimento e percepção. Não temos para onde escapar…nada de compras, passeios nem viagens. Qualquer plano tendo que ser adiado, e sem saber para quando. Momento de adaptação a uma inédita condição, mas nossas preferencias e possibilidades estão aí para serem exploradas. E o corpo, como um sinalizador do nosso mundo mental.
Nosso Corpo, que pode nos ajudar a perceber muitas coisas. O que nos causa desconforto, em geral, o corpo avisa. Um ligeiro mal estar, uma contratura muscular, alteração de temperatura… Um corpo rígido, tenso, provável é de pessoa emocionalmente rígida e tensa. O corpo, como um barômetro das nossas emoções.
Prestar atenção e sentir, perceber o que ocorre. Os sinais corporais podem ser um aliado precioso, que está sempre junto a nós. A Mente e o Corpo, trabalhando juntos. Integrados. Sinalizando o tempo todo. Basta parar e olhar. Estão sempre conversando, interagindo.
Fica aqui a sugestão de fechar os olhos para enxergar, e, examinar a oportunidade de um mergulho nas sensações. Atender as necessidades que muitas vezes descuidamos por não lhes dar atenção e assim estar mais conectados conosco, sempre que possível.
Substituir a pergunta “como deveria estar” por “como estou agora”. E assim, perceber a vida que existe em si mesmo! Sem me tornar aquilo que “acho que o outro espera de mim”!
Até a próxima publicação!
Miriam
11 999898686
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