Li, pela manhã, comentário sobre novo livro do francês Edgar Morin*.
Longevo, 99 anos lucido e pensante, que traz questões complexas, fala e escreve sobre o conceito de Transdisciplinaridade.
Estudioso e observador dos fenômenos subjetivos da mente, de uma perspectiva cientifica.
Quando,há mais de 15 anos, li um primeiro livro, fiquei encantada, em como ele “passeava” por ideias complexas. Entendi transdisciplinaridade, diferente da interdisciplinaridade ou multidisciplinaridade, ideia que traz a soma dos saberes. Não apenas uma colaboração entre as disciplinas, mas uma complementação de ideias e experiencias. Um exercício do não saber e assim ter espaço e lugar para novos conhecimentos, que muitas vezes podem levar a percepção da ignorância!
Complicado, né?
Complicado mesmo, é ter que saber, e assim perder a oportunidade de reconhecer a ignorância, para o enriquecimento da informação e de novos conhecimentos!
O encontro do mistério, um mar sem fim de possibilidades e surpresas! Buscar novas fronteiras. E transcender!..O que é realidade?
Realidade já é questionada a milhares de anos:
Para os Vedas, não passa de “Maya”, ou seja, ilusão
Budismo, fala em “samsara” (aparência)
Platão fala da “sombra”
Na contemporaneidade, teoria da relatividade e a incerteza quântica!
E aí?
Tendemos a ficar cegos para a irracionalidade do mundo.
Como ficam as certezas?
Quantas vezes ouvimos a frase “só sei que nada sei” de Sócrates, filosofo grego que nasceu no ano de 469 AC (Antes de Cristo)?
Vejam que é um problema que existe, desde que o mundo é mundo, e duvidar e questionar certezas, pode trazer incertezas. Mas o que temos de certo?
Aprender não ocupa lugar, dizia minha mãe…mas ter certeza ocupa e impede novos conhecimentos, pois se afinal já sei, o que mais me falta?
Ser longevo, é um privilégio que nem todos tem. Aprender e caminhar para o que é misterioso, traz a possibilidade de desafiar a razão e, a racionalidade. Impede o engessamento e permite transpor barreiras e leva a novas possibilidades.
Traz um arejar das ideias e questões, o que entendo saudável.
Quando li Edgar Morin pela primeira vez, senti o impacto de suas palavras que para mim, fizeram muito sentido, como se respondesse dúvidas minhas, que ainda não tinham forma.
Deu para entender? Se não deu, estou a disposição para esclarecimentos possíveis!
Miriam
11 999898686
*Edgar Morin, pseudônimo de Edgar Nahoum (Paris, 8 de julho de 1921), é um antropólogo, sociólogo e filósofo francês judeu de origem sefardita.
Pesquisador emérito do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique). Formado em Direito, História e Geografia, realizou estudos em Filosofia, Sociologia e Epistemologia. Autor de mais de trinta livros, entre eles: O método (6 volumes), Introdução ao pensamento complexo, Ciência com consciência e Os sete saberes necessários para a educação do futuro.
Durante a Segunda Guerra Mundial, participou da Resistência Francesa.
É considerado um dos principais pensadores contemporâneos e um dos principais teóricos do campo de estudos da complexidade, que inclui perspectivas anglo-saxônicas e latinas. Sua abordagem é conhecida como “pensamento complexo” ou “paradigma da complexidade”. Morin não se identifica como “teórico da complexidade” nem pretende limitar seus estudos às chamadas “ciências da complexidade”. Ele distingue entre perspectivas restritas, limitadas, e amplas ou generalizadas da complexidade (MORIN, 2005).
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