“Ai que saudade que tenho da aurora da minha vida…” (Casimiro de Abreu, Meus 8 anos)
Quando em final de março, já era friozinho e usávamos agasalhos quentinhos.
Que ir a mercearia da esquina comprar pé de moleque era o programa da tarde. (marcar na caderneta que o papai pagava no final do mês)
Andar de bicicleta no Parque Ibirapuera era programa da molecada da rua.
Andar de ônibus elétrico, com meu pai virava festa!
O cheiro da chuva, e da terra molhada no verão, vinha como um balsamo que aliviava o calor do dia de muita brincadeira ao sol.
Acho que estou com síndrome do fim de ano! Saudade do ano que se foi, e a certeza que o tempo não volta.
Mas o que é fim de ano? Entendo que seja uma “arrumação” dos homens, para dar fim a alguma coisa (tempo) que na verdade continua caminhando sem parar para olhar se existe fim ou começo!
Nós que estabelecemos um “final de ano”, para que melhor nos organizemos. Ou sera para ter a impressão que existe término e recomeço? Será que tem? Na realidade, o que muda do dia 31/12 para 1/1 alem da data?
Ninguém será outra pessoa, nem tudo sera diferente na realidade, mas a sensação do novo, algo acalma dentro de nós, vem a esperança de um outro ano, renovação, como se algo mudasse fora de nós, e trouxesse oportunidades diferentes.
Seja bem-vinda esta experiencia de transformação e de oportunidades diferentes, só que isto acontece em nossa alma, nossa vontade de viver.
E é isso que importa!
A busca do cheiro da chuva que inebria, do café fresco que sai todas as manhãs, do livro novo de escola e do pãozinho fresco…não tem preço nem tempo.
É sempre gostoso, seja em qualquer ano ou a qualquer tempo.
Para mim, são presentes que estão por ai…basta prestarmos atenção: pássaros cantando, ventos que acariciam nossa pele, coisas simples da vida que trazem bem-estar e alegria.
Basta escolher e ter!
Até a próxima!
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