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O MONSTRINHO QUE NOS HABITA ………

É desafiador fazer as pazes com meu monstrinho. Às vezes, ele impede que eu fale o que gostaria de falar ou ainda, falo o que não quero falar!

Em outras situações, ele é tão chato, e não para de “pontuar” coisas que não quero pensar, nem devo dar bola.

Cada um de nós tem um monstrinho interno: Juiz, terrorista, preguiçoso, crítico, ingênuo…e outras coisas mais que agora não me ocorrem.

O meu é faminto, além de todas as outras coisas citadas acima. Pela manhã acordo decidida, que será um dia de planejamento e cuidados alimentares. Noutro, que serei paciente, gentil comigo e compreensiva.

Em outro ainda, que farei meu programa de atividade física completo!

Sorrateiramente, começa a crescer (o monstrinho) e saio do foco!

Sei que ele faz parte de mim, e só a mim compete ouvi-lo ou não!

Em alguns casos, ele domina a situação, e acabo tendo atitudes que preferia não ter. O que acontece?

A responsabilidade de segui-lo ou não, cabe a mim e somente a mim. Nem sempre minha estrutura interna dá conta.

Muitas vezes, parece indolor, responsabilizar a vida ou alguém por algum ocorrido indesejado. Truques da mente!

Não confundir com o superego que zela.

Reconhecer responsabilidades, não costuma ser frequente…assumir erros, dificuldades e limitações pessoais, em geral, nem sempre ocorre.

Disney deu um jeito de adocicar as maldades dos contos de fada, e assim, crescemos ouvindo que os maus sempre são castigados e o bem prevalece.

Será mesmo???

Criou-se o mito de felicidade e satisfação imediata.

A velocidade da informação, trouxe o suceder de fatos rápidos, sem a possibilidade de “digestão” das emoções decorrentes.

Monstros sempre fizeram parte das lendas e histórias. Assim, as crianças cresciam, sabendo da existência do “bem e do mal”.

Medos, contrariedades faziam parte do cotidiano.

Alguém escolhe sofrer?

O ser humano evoluiu, buscando satisfação e conforto. O cérebro se desenvolveu e continua em desenvolvimento, pela busca incessante de melhorar as condições do viver.

O homem é o único animal que tem a habilidade da oposição do polegar: sabe fazer pinça com os dedos, e assim, aprendeu a segurar as coisas em suas mãos.

Administrar sentimentos e emoções, também se faz necessário.

O fato de reconhecer que dentro de cada um existe um monstrinho, já é um avanço. O problema é querer fugir dele, negar sua existência. Sem o reconhecimento, fica complexo administrar focos e desejos. Somos ambíguos.

Talvez, o segredo seja fazer do “monstrinho” nosso aliado e assim entender, que sua existência pode não ser, uma oposição aos sonhos e desejos, mas sim uma possibilidade de balancear as possibilidades e limitações!

Escrever me faz pensar, e contribui com a convivência de meus medos e reconhecer os monstrinhos, que podem até ser acompanhados.

É trabalhoso. Alguém disposto? Estou tentando!!!!

Até a próxima publicação

Miriam

mhalperng@gmail.com

11 999898686

Miriam Halpern

Miriam Halpern

Miriam Halpern, Psicóloga, mãe e avó. Hobby preferido, viajar e conhecer o modo de vida de outros países e culturas.
Fiz psicologia, já com os 3 filhos em casa. Fui mãe tempo integral durante 8 anos, ate que, estimulada por problemas domésticos (o filho do meio nasceu
deficiente auditivo), procurei me profissionalizar em escutar e ajudar famílias que passavam pelo mesmo que eu. Desde então não parei de estudar e trabalhar.
Após o curso de psicologia, fiz formação em Psicanálise na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, instituição ligada a International Psychoanalitical Association de Londres, da qual sou membro efetivo e
docente.
Não satisfeita, fiz mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento, na Universidade Mackenzie, pois queria me familiarizar com o Desenvolvimento Humano e nas relações inicias que nos constitui como humanos.
Hoje, mais tranquila, quero dividir minhas experiências, contar e ouvir.

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