Olhar verde

Cannabis sativa L.

Cannabis sativa L. (Cannabaceae) – Planta exótica de origem associada à Ásia Central.

Conhecida no Brasil como maconha, cânabis, cânhamo, diamba. Os relatos do seu uso em preparações medicinais e religiosas são milenares.

Os chineses, indianos e tibetanos utilizavam para uso medicinal em distúrbios gastrointestinais, para convulsões; os assírios para rituais religiosos além do seu uso medicamentoso; na Índia há descrições do seu uso como hipnótico e tranquilizante no tratamento de ansiedade. A maconha no Brasil foi trazida pelos escravos negros, daí o seu nome fumo-de-Angola e o seu uso disseminou-se entre os escravos e os índios. Séculos mais tarde, com a popularização da planta entre intelectuais franceses e médicos ingleses do exército imperial na Índia, ela passou a ser considerada em nosso meio como medicamento indicado para muitos males.

fonte da foto> https://auonline.com.br/2019/12/49981.html

No início do século XX, extratos desta planta foram comercializados para tratamento de transtornos mentais, como sedativos e hipnóticos para insônia, entre outros. A demonização da maconha no Brasil iniciou-se na década de 1920, na II Conferência Internacional do Ópio, em 1924, em Genebra. Na década de 1960 Raphael Mechoulam e cols. isolaram o Δ9 – tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD) da resina da cânabis. Na década de 1970 Carlini et al. iniciaram estudos no Brasil. Posteriormente com a descoberta de receptores canabinoides, os endocanabinóides e as enzimas – Sistema Endocanabinóide proporcionaram a abertura de um novo campo do conhecimento com potencial para auxiliar no tratamento de diversas doenças e atenuar seus sintomas.

O uso da Cannabis medicinal é permitido em alguns estados americanos, em alguns países da Europa, para aliviar sintomas relacionados ao tratamento de câncer, esclerose múltipla, síndrome de Tourette, epilepsia, entre outras.

A ANVISA, em nosso país, aprovou o regulamento para produtos derivados de Cannabis, de forma a garantir o acesso a derivados eficazes e seguros aos pacientes; regulou a importação de produtos terapêuticos e de insumos para o desenvolvimento de medicamentos. Não houve aprovação do cultivo em território nacional.

Saudações!

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Farmacêutica/Biomédica , especialista em educação em saúde pública, homeopatia e fitoterapia clínica e mestre em ciências/saúde coletiva (UNIFESP).

.Aguardem o próximo Boletim

Saudações verdes e até a próxima planta.

 #cannabissativa.

Referências consultadas:


Carlini, E.A.; Santos, M.; Claussen, U.; Bieniek, D.; Korte, F.; Psychopharmacology 1970, 18, 82.
Carlini, E.A. A história da maconha no Brasil. J. Bras. Psiquiatr. 55 (4): 314-317, 2006.
Carlini, E.A. et al. Cannabis: Histórico e regulamentação. Boletim Planfavi, São Paulo, n. 52, out./dez. 2019.
Honorio, M.H. et al. Aspectos terapêuticos de compostos da planta Cannabis sativa. Quím. Nova vol. 29 nº 2. São Paulo Mar./Apr. 2006.
Mechoulam, R.; Marijuana: Chemistry, Pharmacology, Metabolism and Clinical Effects, Academic Press: New York, 1973.
Pernoncini, K.V.; Oliveira, R.M.M.W. Usos terapêuticos potenciais do canabidiol. Revista UNINGÁ Review Vol.20, n.3, pp.101-106 (Out – Dez 2014).

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