Agir Comportamento

APRENDER A ESCUTAR = SER EMPÁTICO

Mother and daughter holding hands on sofa

APRENDER A ESCUTAR = SER EMPÁTICO

A algumas semanas atrás, escrevi sobre a importância do falar.

Além disso, percebo-me constantemente pontuando a dificuldade que é ser entendido. Depende sempre de quem fala, como fala e de quem escuta e como escuta.

Escutar o outro, pressupõe o despojamento de si.

Como assim?

Para que se escute e acompanhe quem fala, faz-se necessário, além de dar o próprio tempo, “esquecer” pensamentos e ideias, e colocar-se a disposição do outro. Além da empatia necessária.

Introduzo um novo elemento:  Empatia*

 Empatia significa, a capacidade para sentir o que sentiria uma outra pessoa, caso estivesse na mesma situação.

Nem todos nascem capazes, mas há a possibilidade de desenvolvê-la (a empatia) ao longo da vida.

Ouvir sem julgar, permitir-se absorver a questão do outro, requer atenção e disponibilidade. Escutar não é só ficar atento a palavra de quem fala: é perceber os gestos, expressões, entonação de voz, postura, e, o que desperta no ouvinte.

Somos um enorme “livro a ser lido e escutado.”

A riqueza do humano, que em cada um de nós existe, mesmo sendo tênue. Alguma comunicação acontece. Sempre. O encontro entre pessoas, sempre é rico em comunicação e sinais.

Saber escutar e ler as mensagens comunicadas, requer muita paciência e observação.

No início da minha vida profissional, ouvia de certos pacientes, que meu trabalho era bem fácil: apenas ficar sentada escutando…

Com os anos e experiencia, isso não mais ocorreu. Provavelmente melhorei minha escuta. E minha capacidade empática!

Estar disponível para o outro, requer capacidade e tolerância dos próprios conteúdos.

Aceitar o gesto possível de cada pessoa que encontramos pela vida.

Muitas vezes, a escolha é de não aceitação e afastamento.

Ser empático e escutar o outro, nem sempre é possível. Cada um com suas possibilidades e limites.

Para isso, o melhor é buscar conhecer-se, e assim caminhar pelos encontros da vida sabendo o que é possível ou não.

O que é tolerável ou não. E mesmo sabendo disso, cometemos gafes e mal entendidos!

Exercício diário de paciência e reflexão, que muitas vezes não é possível.

Assim, perder a paciência, ou não querer escutar é uma possibilidade de cada um. E como toda escolha, tem um preço.

Às vezes podemos escutar. Às vezes não.

Depende de cada encontro, que é único e impossível de ser reproduzido.

Cada um que me lê agora, está lendo como é capaz e “escutando” o que escrevo com os recursos que tem.

E assim continuamos na vida, tentando nos comunicar! Persistir é necessário para chegar em algum lugar!

*A empatia é diferente da simpatia, porque a simpatia é maioritariamente uma resposta intelectual, enquanto a empatia é uma fusão emotiva. Enquanto a simpatia indica uma vontade de estar na presença de outra pessoa e de agradá-la, a empatia faz brotar uma vontade de compreender e conhecer outra pessoa.

A simpatia, por exemplo, costuma unir as pessoas através das afinidades, ou seja, do que elas possuem em comum. Já a empatia não costuma acontecer necessariamente por afinidade, já que ela ocorre por um processo de compreensão da situação vivida pela outra pessoa.

Até a próxima publicação!

Miriam

mhalperng@gmail.com

11 999898686

Miriam Halpern

Miriam Halpern

Miriam Halpern, Psicóloga, mãe e avó. Hobby preferido, viajar e conhecer o modo de vida de outros países e culturas.
Fiz psicologia, já com os 3 filhos em casa. Fui mãe tempo integral durante 8 anos, ate que, estimulada por problemas domésticos (o filho do meio nasceu
deficiente auditivo), procurei me profissionalizar em escutar e ajudar famílias que passavam pelo mesmo que eu. Desde então não parei de estudar e trabalhar.
Após o curso de psicologia, fiz formação em Psicanálise na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, instituição ligada a International Psychoanalitical Association de Londres, da qual sou membro efetivo e
docente.
Não satisfeita, fiz mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento, na Universidade Mackenzie, pois queria me familiarizar com o Desenvolvimento Humano e nas relações inicias que nos constitui como humanos.
Hoje, mais tranquila, quero dividir minhas experiências, contar e ouvir.

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