Agir Comportamento

QUANDO PALAVRAS NÃO DÃO CONTA…NEM O EGO

Q

Na última semana participei de uma oficina de música Renascentista. Encontros todos os dias de 2 horas.

O grupo heterogêneo. Facilitadora: Cecilia Valentim do Las Brujas.

De início, pareceu-me tudo estranho. Músicas espanholas e portuguesas do século XVI com letra em português e espanhol arcaico.

Estava curiosa!

Imaginar-se em tempos remotos, é intrigante.

Como deveriam ser as pessoas, os costumes…transpor-se a tempos passados, tempos das caravelas, dos descobrimentos. De Leonardo da Vinci, Michelangelo…

Fascinante, não é?

Ao menos para mim, que gosto da história do mundo.

Continuamos aprendendo os cantos, e sem perceber me dou conta do exercício que é deixar o conhecido, e permitir-me ficar imersa em novas propostas.

Tento aqui transmitir um pouco do que senti, mas percebo a limitação das palavras. Como transmitir em palavras a emoção da experiencia?

Recebi a pouco, uma gravação do nosso cantar. Foi lindo!

Não somente o som que fizemos, mas também ir a lugares imaginários sem registro. E o grupo prá lá de especial!

O que não havia ainda experimentado, não existe ainda em mim. Nunca vivi no período das cortes renascentistas, nem em campos espanhóis ou portugueses do século XVI (até onde sei), mas a música e o convívio amoroso levaram-me a experimentar uma emoção inédita. Acredito que o grupo que ali estava, tinha algo de especial que é difícil explicar.

Perceber-me emocionada, embebida da experiencia única: me fez muito feliz.

A música foi o que nos uniu. O canto antigo foi o pretexto para o grupo se conhecer e trocar emoções. Sem muita conversa, levei de lá uma sensação muito boa. A sensação de que consegui sair da razão e ficar na emoção da experiencia!

Todos estávamos empenhados em permanecer naquele “caldo” de sons agradáveis e inicialmente incompreensíveis, pois nosso ego busca sempre explicações e proximidade com fatos conhecidos.

Ego detesta não saber!

Poder me deixar permear pelo som, pelas vozes, pelo momento é indescritível. E perceber a desconexão do eu conhecido, e ser levada a uma situação nova, sem julgamentos nem críticas! Uma delícia!

Encerramos a oficina, nos abraçando, agradecidos pelos momentos únicos vividos ali! Palavras não eram necessárias. Todos gratos. Cada um levando o que experimentou a seu modo!

Até a próxima publicação!
Miriam
mhalperng@gmail.com
11 999898686

Miriam Halpern

Miriam Halpern

Miriam Halpern, Psicóloga, mãe e avó. Hobby preferido, viajar e conhecer o modo de vida de outros países e culturas.
Fiz psicologia, já com os 3 filhos em casa. Fui mãe tempo integral durante 8 anos, ate que, estimulada por problemas domésticos (o filho do meio nasceu
deficiente auditivo), procurei me profissionalizar em escutar e ajudar famílias que passavam pelo mesmo que eu. Desde então não parei de estudar e trabalhar.
Após o curso de psicologia, fiz formação em Psicanálise na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, instituição ligada a International Psychoanalitical Association de Londres, da qual sou membro efetivo e
docente.
Não satisfeita, fiz mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento, na Universidade Mackenzie, pois queria me familiarizar com o Desenvolvimento Humano e nas relações inicias que nos constitui como humanos.
Hoje, mais tranquila, quero dividir minhas experiências, contar e ouvir.

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