Agir Comportamento

DITADURA DA FELICIDADE X RESILIÊNCIA

Quando pequena, via maravilhada um programa importado dos EUA: Papai Sabe Tudo!

Na minha ignorante ingenuidade, pensava, o que teria a minha família de errado, pois nem todos eram sempre sorridentes, ou quando algo saia do esperado, levava broncas homéricas dos meus pais! Desejava que minha família fosse como a da TV.

Propaganda de creme dental então…dentes brancos, lindos e sem o menor vestígio de manchas, mas para isso só o produto X seria indicado.

Vivemos uma ditadura onde ser feliz, lindo e bem-sucedido é a palavra de ordem.

Felizmente, depois de crescer um pouco, fui percebendo que a maioria das pessoas eram como eu, as amiguinhas conversando sobre seus problemas familiares; fiquei mais sossegada, mas a cobrança social continua.

Ser feliz, faz parte do cardápio da maioria das pessoas, mas não passa de um padrão imposto e irreal. Viver onde não cabe o imprevisto, o feio, o engano e o erro, traz insatisfação e tristeza.

As adversidades nos moldam e fortalecem. A resiliência é importante e construtiva. E poder ser resiliente, gera a possibilidade criativa em solucionar as questões que surgem ao longo da vida.

Minha geração, crescia com a ideia de que estudar e se diplomar era a garantia de um bom desenvolvimento profissional. A partir de 1990, o conceito mudou.

Resiliência, para a psicologia, é a capacidade que cada um tem de enfrentar problemas, suportar pressão e ter flexibilidade em se adaptar a mudanças.

Resiliência é um termo originário da física, que significa a capacidade que certos materiais têm de absorver impactos e retornar a forma original.

Uma pessoa resiliente, pode ser confundida com alguém inabalável, invencível, ou que não tem problemas na vida. Ao contrário, resiliente é aquele que mais apanha da vida mas, que não desiste, aprende com a diversidade, não se lamenta e continua, mesmo com derrotas.  Tirar lição dos erros e seguir adiante.

Parecer feliz tem um custo. Negar as adversidades e tentar parecer alegre e satisfeito sempre…É ou não uma ditadura? E o mais triste é que impede o desenvolver da resiliência necessária. Cada um à sua maneira.

“ As espécies que sobrevivem, não são as espécies mais fortes, nem as mais inteligentes e sim, as que se adaptam melhor as mudanças” – Academia de Ciências da Califórnia

Até o proximo encontro

Miriam

mhalperng@gmail.com

11 999898686

Miriam Halpern

Miriam Halpern

Miriam Halpern, Psicóloga, mãe e avó. Hobby preferido, viajar e conhecer o modo de vida de outros países e culturas.
Fiz psicologia, já com os 3 filhos em casa. Fui mãe tempo integral durante 8 anos, ate que, estimulada por problemas domésticos (o filho do meio nasceu
deficiente auditivo), procurei me profissionalizar em escutar e ajudar famílias que passavam pelo mesmo que eu. Desde então não parei de estudar e trabalhar.
Após o curso de psicologia, fiz formação em Psicanálise na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, instituição ligada a International Psychoanalitical Association de Londres, da qual sou membro efetivo e
docente.
Não satisfeita, fiz mestrado em Distúrbios do Desenvolvimento, na Universidade Mackenzie, pois queria me familiarizar com o Desenvolvimento Humano e nas relações inicias que nos constitui como humanos.
Hoje, mais tranquila, quero dividir minhas experiências, contar e ouvir.

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