Pude escutar e ver , em duas casas de repouso de idosos ( também chamada asilo) “Flash” diferentes de historias de vida de nossos “velhinhos” .Acredito que este exemplo represente uma grande porcentagem em nossa sociedade ; infelizmente me fez pensar que os locais pareciam mais um verdadeiro ” descarte de vidas”. As pessoas foram ” colocadas” a mercê da engrenagem da roda da vida.
Constatei historias ricas em detalhes ;e muitas vezes o discurso demonstrava uma lucidez no discurso, misturada com um certo ressentimento, magoa e apatia.
Questionei se as pessoas poderiam ser considerados verdadeiros prisioneiros!!! E acredite penso que sim……….
Uau !!!!…… uma prisão cuja infração foi passar do limite da tolerância e aceitação da família.
Que coisa é essa!!!!!
A medicina melhora, o diagnóstico desenvolve e os medicamentos avançam em tecnologia e com isso as pessoas sobrevivem mais. E ai o que acontece!….???
Penso que muitos questionam ………… O que fazer com esse ser ( idoso) , que de alguma forma perdeu um pouco de sua liberdade e autonomia e ficou muitas vezes intransigente.
Temos centenas de anos , porque não dizer milênios de aprendizado na criação de criança, observação rigorosa no nascimento, desenvolvimento porem ainda pouca atenção foi dada na observação do decaimento da nossa força vital com o avanço da idade.
Uma parcela grande é negligenciada pela família e pela própria sociedade.Acho que ninguém sabe a dimensão do vazio destes ” depositários de idosos”- considerado por muitos como asilo.( sei que há exceções, mas aqui reflito no que presenciei e por isso acho que a porcentagem deve ser grande!!!!!) Leis ! …… existem mas disfarces superam!……… Será que realmente importamos com os idosos!???
Você e eu ,temos noção da dimensão desta fase, cujo tempo e espaço parece que flutua em paralelo com a vida real!
Aceitação, consideração, amor, compreensão, paciência e tolerância são algumas características a serem desenvolvidas- mas será que temos elas em dose certa!????
Não fomos treinados par esta fase, não temos manual ou um guia de comportamento, nesta etapa cada ser se expressa de maneira peculiar. Um misto de lembranças, sonhos, apego,alegrias e tristeza, sabedoria e aprendizado.
Cada um tenta retirar a força para continuar do centro de si mesmo , mas nem sempre ela está lá, pois as vezes há um tristeza, uma falta de compreensão, uma busca do seu ” eu ” perdido no tempo ,percebe-se que há necessidade do resgate da integridade do ser .Parece que o quebra cabeça da vida ficou com peças faltando, a completude se perdeu no tempo.Cada um se acha dono de si, porem não parece estar inserido na realidade
Há uma dicotomia.! de visão real de cada um! ……. e da visão social! …….Temos muito ainda para alinhar!
Seremos muitos idosos daqui para frente!…….O que fazer! ?…… Observar as experiências das pessoas que ultrapassaram 80 anos! —- Só eu conheço mais de uma dezena.
É uma vida que nem os médicos que cuidam deles sabem dizer algo com muita consistência , pois há poucos relatos sobre isso!
Temos que saber e compartilhar idéias, do que superaram a meta ! Temos que entender e aconchegar estes octogenários,e aprender com eles a visão própria, individual e real que ainda não está escrita nos livros!
Aceite o convite ! …..compartilhe sua visão e não permita que “nossos velhinhos” se sintam prisioneiros ou mesmo sintam rejeitados ; e que se não puderem ficar em nosso convívio que o local escolhido seja digno para recebe-los.
Há o olhar de quem passa a situação e a visão de quem olha.
Estamos todos aprendendo e desejosos que possamos melhor a qualidade de vida destes nossos “velhinhos”- pois uma coisa é certa ……….em um piscar de olhos seremos nós que estaremos experimentando esta fase!
Um desabafo……….Até mais!
Visão real deste texto, porém dura de encaramos visto que ainda não temos a dimensão para entendê-la. Esse final “… em um piscar de olhos seremos nós que estaremos experimentando esta fase!…” é uma grande verdade e acredito que se não soubermos lidar com a situação de “nossos velhinhos” hoje, dificilmente saberemos lidar no futuro com nós mesmos e nossa velhice. Obrigado pela reflexão e desabafo!